quarta-feira, 21 de agosto de 2013


A CRENÇA COMO META... A META COMO FIM...

 
Em torno da escuridão do mundo

os vícios, os enganos, a injustiça, o desamor.

Nesse sistema de tristezas

gravitam

multidões de angústias

       que se acotovelam

nos espaços de buscas inquietantes...

Há uma necessidade crescente

de se encontrar a fé...

Multiplicam-se os caminhos.

Ritos e rituais gerados nos anseios

vão-se comercializando

no quem-dá-mais

por um grama de esperança.

É preciso agarra-se a algo!

Quem sabe Deus?

A um santo espírito,talvez...

A um anjo?

Quem sabe a um homem?!...

Há tantos que estão

            ou dizem estar

investidos de tantos poderes...

Será importante enganar-se a si mesmo

para prender-se a um fiapo de fé?...

e o caos antecipado na alma

tumultua os sentimentos...

Vertigens de impossibilidades

sacodem os remos

confundem os rumos

fragilizam as rimas

e os ramos estéreis da crença

envelhecem rápido

nos funerais das fantasias...

        É a vigília do transitório

        querendo o sonho do eterno...

Mas... O que é o eterno

senão o gosto do presente

na plenitude de sabê-lo inteiro?!...

            É o crepúsculo da larva

            que amanhece a borboleta...

O reto não faz curvas, é verdade.

mas há tantos inícios

para um mesmo final...

Basta que se trace a meta

e se mantenha o passo...

            É a indefinição

            que desvirtua o fim...

Desistir é aliar-se ao medo,

            é corromper-se

dando razão ao nunca..

            Há virtude na espera

            e há magia no encontro.

Mas, para saber o mundo,

é preciso antes saber-se...

            E todos julgam que se sabem.

            Mas não vão ao fundo

            não encontram o centro

e os espelhos só lhes revelam

aquilo que querem ver...

Só quando se desaprendem

as “certezas” limitantes

            da vida,

é que se abrem espaços

à vastidão do ser...

E é só quando se encara o caos

como apenas uma face,

que se revela aos olhos

a medida exata

         do tempo

         em que nos fazemos...

                                   Linda Brandão Dias

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