sexta-feira, 1 de agosto de 2014

CATIVEIRO

Por que  temer  o vôo
se ele é o limite das limitações?!!!
O homem não sabe. E, porque não sabe, teme!
E, porque teme, não ousa...
E, porque não ousa, se amesquinha.
se acomoda
se subestima
morre..
Sem nunca ter um dia erguido os olhos...
E acostumado a não olhar pro alto
não vê, senão as sombras projetadas
por toda a luz que só se avista acima...
E, por somente vislumbrar as sombras,
não questiona. Pára. Não cresce. Não busca!
Temendo o impulso do seu próprio vôo,
podando as asas do seu próprio íntimo...
E, por temer seus ímpetos
e amordaçar seus gritos,
fecha-se, inteiro, em seu manto covarde...
Venda seus olhos às vistas do infinito,
constrói seus muros, e, ao fim, aniquilado,
lamenta o seu viver tão desgraçado,
culpa o alheio, e morre, pouco a pouco,
na chama oculta, que em si mesmo
arde!!!  
(Linda B.Dias) 
BUSCA

Preciso me encontrar
Comigo mesma.
Já não me vejo faz tempo
                        - estou ausente –
Ouço uma voz cansada
            E a desconheço.
Busco o sorriso fácil
            E o rosto é sério.
Minha esperança vã
                        Se esfumaçou.
Ando atrás das palavras
            Com que antes
Me deleitava brincando
            E extravasando...
Acho que em minha ausência
            De mim mesma
            Até meu canto
                        Já silenciou.
Tinjo de cinza as cores
            Do meu céu.
Numa janela que
Nem abro mais.
            Tento escrever mas
            As palavras fogem.
Até perdi

A intimidade com o papel.
(Linda B.Dias)